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Desde a partição da Índia em 1947, os dois países sul-asiáticos envolveram-se em quatro guerras, incluindo uma guerra não declarada, bem como muitos atritos de fronteira e tensões militares. Além disso, a Índia acusou oPaquistão de envolvimento em guerras por procuração, prestando assistência militar e financeira a violentos atores não-estatais.
Todos os conflitos armados entre os dois países tiveram como causa direta ou indireta a região disputada da Caxemira, com exceção da guerra de 1971, a qual teve como casus belli o Paquistão Oriental, que se tornou independente ao término das hostilidades com o nome de Bangladesh.
Com a aproximação da data da independência, as minorias hindus e muçulmanas instaladas em território adverso procuraram alcançar a segurança dos futuros Índia e Paquistão. Cerca de 11 milhões de pessoas abandonaram seus lares e mais 1 milhão pereceu chacinado por turbas fanáticas de ambas as religiões. Não obstante, permaneceram na Índia importantes grupos muçulmanos, geralmente ligados ao comércio, os quais não se mostravam dispostos a abandonar a vida que haviam construído.
Os príncipes indianos, pressionados a optar pela incorporação a um ou outro Estado, fizeram-no de acordo com sua orientação religiosa. Dois principados muçulmanos situados dentro da Índia tentaram preservar sua autonomia, mas foram invadidos pelo recém-criado Exército Indiano. O governo da Índia independente, de tendência fortemente centralista, não toleraria enclaves que pudessem estimular o separatismo das minorias.
E aí começou o problema da Caxemira. Essa vasta região montanhosa, situada no extremo norte da Índia Britânica, tem uma importantíssima posição estratégica entre o Afeganistão e o Tibete, ganhava especial relevância no contexto da Guerra Fria. Durante o domínio inglês, o Estado de Jammu e Caxemira foi governado por marajás hindus; mas 80% de seus habitantes eram muçulmanos.
Ao chegar a independência, o marajá optou por unir seu