Efeito de sentido
O uso de certos elementos na formação de palavras, em dados contextos, produz efeitos de sentido: efeitos de subjetividade – denunciam o envolvimento pessoal do falante em relação ao que ele diz; efeitos de objetividade – acobertam o envolvimento do falante, criando a ilusão de imparcialidade e de objetividade deste diante do que diz; efeitos de humor – revestem de um sentido cômico o que foi dito.
Entre os efeitos de subjetividade, destacamos os seguintes:
Efeito de depreciação e/ou ironia
O falante demonstra depreciar e criticar negativamente alguém ou algo através do uso dos seguintes processos de formação de palavras:
- derivação com sufixos aumentativos ou diminutivos sem estabelecer relação com o tamanho ou a proporção:
Você é mandona, hein?!
Tire o bocão do meu refrigerente!
Ele é um advogadozinho de porta de cadeia.
Aquelazinha vai me pagar pelo que me fez.
Que banheiro limpinho, cheio de xixi!
- derivação com os sufixos –ICE, -ÇÃO e –AGEM:
Este filme é uma chatice.
As ofertas da loja são uma enganação.
Que picaretagem aquela propaganda!
- derivação com os sufixos –UDO, -ENTO, -EIRO:
Nossa que garota papuda, só conta vantagens.
Que menino remelento!
Virou noveleira, é?
- derivação com o prefixo SUB-:
Estou subvivendo nesta pocilga.
Ele tem um jeito suburbano de falar.
Efeito de exaltação positiva
O falante demonstra apreciar e criticar positivamente alguém ou algo através do uso dos seguintes processos de formação de palavras:
- derivação com sufixos aumentativos sem estabelecer relação com o tamanho ou a proporção:
Meu vizinho é um gatão.
Que camiseta lindona.
Fizemos um jogaço ontem.
Ele é um maridão, gosta muito dela.
- derivação com os prefixos SUPER-, HIPER-, ULTRA-, ou composição com o radical MEGA:
Esta embalagem é supereconômica.
Ouça, isso é hiperimportante.
Vejam como sou ultrarrápida.
Não perca a megaliquidação de verão.
Efeito de afetividade ou puerilidade
O falante demonstra