Educação física teórica
Um dos maiores problemas da Educação Física escolar é a forma como se dá a relação entre teoria e prática. Se, por um lado, os professores demonstram cada vez mais se preocupar com conteúdos relacionados à saúde e suas bases epistemológicas; por outro, a expectativa dos alunos é de que a aula seja agradável, um momento de lazer, normalmente ligado à prática de esportes.
Conciliar a teoria e a prática muitas vezes parece uma tarefa impossível para os educadores. Mesmo quando o conteúdo é a iniciação esportiva, o professor depara com a ansiedade dos alunos na prática da modalidade propriamente dita. Assim, enquanto a preocupação do professor é ensinar a base — a parte dos fundamentos e regras básicas —, este é pressionado pelos estudantes, principalmente por aqueles com maior habilidade, a deixá-los jogar de forma livre (leia-se: sem intervenções do professor).
Em se tratando de conteúdos relativamente novos na Educação Física, como a dança, o folclore, a expressão corporal e os jogos cooperativos, a situação piora: a aceitação é baixíssima, principalmente entre os meninos, que são mais atraídos pelo caráter competitivo — o principal motivo da preferência deles por conteúdos relacionados ao esporte.
O segredo é associar três elementos: criatividade, ludismo e competitividade — esta última, de forma moderada, sem extrapolar o limite do bom convívio e da solidariedade entre os alunos. Por exemplo: o professor competente sabe que, no atual momento de sociedade “fast food”, é fundamental explanar sobre temáticas como obesidade, alimentação, saúde, etc. Entretanto, sabe também que a expectativa dos estudantes inviabilizará uma explicação meramente teórica. O que fazer?
Nessa complexa situação, o professor de Educação Física deve mostrar uma das suas maiores características — a criatividade —, estabelecendo atividades que passem intrinsecamente o conteúdo planejado e, ao mesmo tempo, atendam à expectativa de seus alunos. Em um dia de chuva,