Do cabaré ao lar: A utopia da cidade disciplinar.
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Disciplina: Historiografia II
Professor: João José Reis
Aluno: Tácio Alves de Lima Matos
- Raggo, Margareth; Do cabaré ao lar; A utopia da cidade disciplinar; Brasil: 1890 – 1930; Rio de Janeiro; 1985.
Resenha para curso de Historiografia II ;
Tácio Alves de Lima Matos;
Departamento de História UFBA;
Salvador-BA, Janeiro de 2014.
Margareth Raggo na referida obra, discute elementos sociais e políticos do Brasil entre os anos de 1890 a 1930, tendo como tema central o trabalhador da fábrica do período em questão. Trata-se da narrativa do cotidiano desse operário a partir de uma perspectiva historiográfica promovida inicialmente por Thompson, na qual se insere na leitura marxista elementos culturais e subjetivos antes pouco considerados nas análises sobre a classe operária. Como a própria autora esclareceu em seu artigo intitulado de “A Nova Historiografia Brasileira”, “Do cabaré ao lar: A utopia da cidade disciplinar” tem o objetivo de: “...analisar a condição operária no cotidiano da vida social, dentro e fora dos muros da fábrica, percebendo os mecanismos de controle e disciplinarização aplicados ao operário, que se difundem nas primeiras décadas do século, num momento de intensa industrialização e urbanização das cidades.” ( Raggo, 1999 p. 77 )
Para elaboração de sua pesquisa a autora utilizou como fonte principal, jornais de seguimento anarquista que ensejaram os movimentos políticos do trabalhador. No que confere a explicação dos usos ideológicos que os donos de fábricas e o Estado utilizavam como ferramenta para conduzir e vigiar a camada trabalhadora, a autora se alinha a teorias de Michel Foucault ao detalhar a construção de uma “cidade disciplinar”.
No referido livro, é notório que o ambiente fabril apresentava elementos de um sistema de trabalho escravo anterior ao período aqui estudado (trabalho com carga horária excessiva e