Dialogismo ou polifonia
A autora Maria Letícia de Almeida Rechdan (departamento de ciências sociais e letras) em seu artigo “Dialogismo ou Polifonia?” traz importantes conceitos de Mikhail Bakhtin para compreender a Análise do Discurso, a autora utiliza esses conceitos para analisar um artigo do Jornal Folha de São Paulo. A mesma tem como principal objetivo esclarecer a diferença entre ambos, usando argumentos filosóficos e também exemplos sociais.
Mikhail Bakhtin, também conhecido como filósofo do diálogo, fala sobre tema e significação como algo bem particular de cada indivíduo, onde para a compreensão total do tema, deve-se estar em prática com o mesmo, pois a compreensão depende também do estado em que se encontra, sendo uma forma de “contrapalavra” ao locutor de uma enunciação.
O dialogismo, conceito criado por Bakhtin, é constitutivo da linguagem, pois mesmo entre produções monológicas observa-se a relação dialógica, presente tanto em obras impressas como em leitura, onde textos da mesma esfera englobam-se de forma recíproca, como em uma conversa, onde o locutor fala e o interlocutor responde e assim sucessivamente (necessita de resposta para concretizar).O filosofo acreditava que qualquer pessoa inclusa ao âmbito da linguagem tem influência de sua estrutura social e história para dar sua opinião ou ponto de vista. O dialogismo pode ser monofônico (há a presença de uma voz dominante) ou polifônico (há diversas vozes que interagem e constroem um discurso final). Ele se da justamente a partir dessa noção de recepção/compreensão de uma enunciação.
A polifonia é inclusa ao dialogismo, porém, é a fração, a diversidade de vozes que provem de um texto. Cada voz tem uma personalidade, uma história, um pensamento que lhe farão ter opiniões diferenciadas e debaterem entre si em um texto.
Deste modo, Maria Letícia conclui, respondendo à pergunta-título, “todo gênero é dialógico porque o dialogismo é