Linguística - Análise do discurso: Bathkin: Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade
4724 palavras
19 páginas
USC – UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃOBianca Fernandes
TRABALHO DE LINGUÍSTICA
Análise do discurso: Bathkin: Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade
Bauru – SP
2014
O dialogismo pensado por Bakhtin
A língua é um elemento de comunicação e interação e em seu uso real, tem a propriedade de ser dialógica.
Todos os enunciados no processo de comunicação, independentemente de sua dimensão, são dialógicos. Neles, existe uma dialogização interna da palavra, que é perpassada sempre pela palavra do outro, é sempre e inevitavelmente também a palavra do outro. O enunciador, para constituir um discurso, leva em conta o discurso de outrem, que está presente no seu. Todo discurso é atravessado, pelo discurso alheio. Nenhum discurso é só meu sempre tem a voz do outro. Portanto, o dialogismo é as relações de sentido que se estabelecem entre dois enunciados.
A realidade apresenta-se para nós sempre semioticamente, ou seja, lingüisticamente.
Não há nenhum objeto que não apareça cercado, envolto, embebido em discursos. Todo discurso que fale de qualquer objeto não está voltado para a realidade em si, mas para os discursos que a circundam. Toda palavra dialoga com outras palavras, constitui-se a partir de outras palavras, está rodeada de outras palavras, um discurso constitui-se a partir do outro. Para Bakthin, não são as unidades da língua que são dialógicas, mas os enunciados. Os enunciados são unidades reais de comunicação. Os enunciados são irrepetíveis, uma vez que é acontecimentos únicos, cada vez tendo um acento, uma apreciação, uma entonação própria. O autor mostra que a fonologia, a morfologia ou a sintaxe não explicam o funcionamento real da linguagem. Cria então, a translingüística, que teria como objeto o estudo dos enunciados, o que significa dizer o exame das relações dialógicas entre eles, dado que são necessariamente dialógicos. Bakhtin tinha em mente construir uma