Construção da escrita
O estudo sobre o nível da construção da escrita em que se encontram as crianças que ainda não estão alfabetizadas me mostrou que, elas sentem muita dificuldade nessa fase inicial, em relacionar a escrita com a leitura das letras, criando um jeito próprio para justificar a sua escrita na hora de ler. “Quando uma criança escreve tal como acredita que poderia ou deveria escrever certo conjunto de palavras, está nos oferecendo um valiosíssimo documento que necessita ser interpretado para poder ser avaliado.” (pag.17).
E’ necessário que o professor conheça a sua turma e suas dificuldades, não fazendo do aluno apenas repetidor de tarefas programadas, é preciso utilizar os meios sociais em que ela está inserida, pois a todo o momento a criança tem contato com meios simbólicos e marcas que representam os nomes de produtos. Portanto devemos deixar bem claro para a criança que muitas vezes aquilo que está representado na forma de figuras ou símbolos, exemplos: Placas de trânsito, marcas conhecidas etc., deve ser apenas interpretado, não lido, pois não tem forma gráfica das letras. “Uma vez realizada esta primeira distinção entre “o que é uma figura” e “o que não è uma figura”, começa um trabalho cognitivo em relação a este segundo conjunto.” (pag.46).
Portanto, o processo de alfabetização nada tem de mecânico, a criança constrói seu modo de interpretar, pensar e raciocinar, buscando compreender a escrita. O professor tem papel fundamental nesse processo, sendo o facilitador dessa ligação aluno e alfabetização, respeitando as dificuldades e o ritmo da criança.
Para as minhas investigações preparei um questionário com perguntas para 3 alunos do 1º ano de alfabetização de uma escola Estadual, em níveis diferentes de aprendizado. A primeira a responder as perguntas foi Érica, 6 anos que está na sala mais adiantada, escreveu de forma legível, pontuando e sem apresentar nenhuma dúvida na hora da