A construção de SENTIDOS na escrita do ALUNO SURDO
Raquel Anunciata Mendes*
SILVA, Marília da Piedade Marinho**. A construção de sentidos na escrita do aluno surdo. São Paulo: Plexus, 2001,105 p.
Muito se fala em mudanças na educação, na inclusão social, mas não se disponibiliza recursos suficientes para o atendimento educacional das escolas públicas.
Os surdos especialmente têm grande dificuldade em construir conhecimentos por causa da diferença que existe entre a Língua Portuguesa e a Libras. Apesar do direito de usá-la, a escola pode ou não adotar a concepção bilíngüe da pessoa surda.
Este livro faz uma análise da escrita de pessoas surdas na escola com o objetivo de examinar a estruturação do texto, “verificando a coesão textual e as habilidades que o usuário da Língua de Sinais dispõe para a produção do mesmo” (SILVA, 2001, p.49)
A autora faz uma análise da coesão textual que aparece nos trabalhos de oito alunos surdos em uma escola cuja professora faz uso da Libras e onde existe a presença de uma intérprete para auxiliar na compreensão dos conteúdos pedagógicos.
É interessante verificar a análise de cada texto elaborado por estes alunos para que possamos compreender a grande diferença entre a Libras e a Língua Portuguesa e ao mesmo tempo tomarmos conhecimento das dificuldades que a pessoa surda enfrenta na escrita.
Os textos criados pelos surdos apresentam muitas vezes superposições da língua oral (Língua Portuguesa) e da Língua de Sinais (Libras) porque os surdos interagem basicamente no plano visuogestual, e as pessoas bilíngües nunca desativam totalmente a outra língua. Geralmente uma é a base e a outra é a convidada.
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Marília Silva observa que a interferência da sintaxe da Libras no português pode se relacionar com:
“a não correspondência direta entre os itens léxicos das duas línguas; duas ou mais palavras em português podem ser expressas em Libras com apenas um sinal; as limitações do código escrito trazem