linguagem escrita
Este artigo foi constituído a partir de uma dissertação de mestrado apresentada com o mesmo título.
A linguagem tem sido tema central de muitos trabalhos e pesquisas, e grandes têm sido as contribuições de diversos autores para a variedade de problemas e abordagens por ela abarcadas. Este trabalho também está inserido em uma das muitas frentes que a linguagem possibilita, ou seja, busca-se analisar a constituição da linguagem escrita de alunos surdos que freqüentam a escola regular.
Para tanto, esta pesquisa busca a percepção de uma forma outra de linguagem que ultrapasse a simples função de uso da língua e de suas regras. Assim, pensamos poder o enfoque sócio-histórico fornecer mais subsídios para a compreensão das dimensões que permeiam a questão da linguagem, percebida esta como forma intensa de interação.
Tal estudo utiliza o enfoque sócio-histórico, visto que essa perspectiva “permite perceber seus sujeitos como históricos, datados, concretos, marcados por uma cultura, os quais criam idéias e consciência ao produzir e reproduzir a realidade social, sendo nela ao mesmo tempo produzidos e reproduzidos” (Freitas, 2000, n.p.), questão imprescindível a ser considerada na constituição da linguagem escrita pelo aluno surdo, não levada em conta pela maioria das metodologias que vêm sendo utilizadas para tal fim.
Feitas as colocações iniciais, reafirmamos que o principal objetivo desse estudo é verificar a constituição da linguagem escrita do aluno surdo, na sala de aula regular, à luz da perspectiva sócio-histórica.
Na busca de contribuições sobre questões referentes à língua(gem) e de uma definição mais clara e mais condizente com este trabalho, recorremos aos estudos de Smolka (1993, 1995) que, embora se apoiando na fundamentação teórica de Vygotsky, de linguagem como instrumento, avança e reorganiza a concepção anterior.
Segundo a autora (1995), os estudos filiados à perspectiva