LINGUAGEM e ESCRITA

RESENHA

(GNERRE, M. Linguagem, poder e discriminação. In: _____. Linguagem, escrita e poder. 3. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p.5-24.)

O livro “Linguagem, escrita e poder”, escrito por Maurizzio Gnerre em 1991 e publicado pela Livraria Martins Fontes Editora Ltda em São Paulo, aborda os problemas enfrentados na educação brasileira que não são resolvidos por um conformismo didático e as decorrências históricas e políticas da escrita e alfabetização. O capítulo “Linguagem, poder e discriminação” aborda os problemas básicos das variantes linguísticas, e o poder discriminativo da linguagem padrão no campo sócio-histórico. O primeiro capítulo é estruturado por introdução, onde o autor afirma que a linguagem não é usada somente para transmitir informação, a palavra pode dar uma posição ao falante, concentrá-la em um ato linguístico (como discursos políticos, aulas, sermões na igreja) e adquirir valor se realizada no contexto social e cultural apropriado, em seguida, três seções dão continuidade ao assunto. A primeira seção, intitulada “Uma perspectiva histórica”, expõe a dificuldade no processo para associar a variedade linguística e o poder da escrita, na Idade Média e nos séculos X ao XVI, destacando as mudanças e etapas no processo de fixação de uma norma e a expansão da língua portuguesa. A segunda seção, “Uma perspectiva linguística”, evidencia que a linguagem é o meio de bloquear determinados indivíduos o acesso ao poder, mostrando exemplos de linguagens não acessíveis às pessoas com baixo nível de educação, como é o caso do quadro de referências de um Jornal Nacional. A terceira e última seção, “Gramática normativa e discriminação”, fala sobre a gramática normativa escrita e não escrita e a respeito da legitimidade das pessoas que ocupam posição de influência em uma cadeia de legitimação de saber. O autor apresenta o assunto de forma detalhada e completa, fornece informações suficientes sobre os tipos de problemas encontrados no campo