Coment Rio
Perrenoud nos alerta que não há uma definição clara da palavra competência, mas identifica versões aceitáveis, porém que pouco auxiliam para a compreensão do termo:
1) competências por objetivos - vinculada ao ensino em termos de condutas ou práticas observáveis. Implica na possibilidade de o ensino e avaliação por objetivos acontecer sem a preocupação com a transferência dos conhecimentos e, menos ainda, com sua aplicação em situações complexas. É avaliada para fins de regulação e para certificação.
Neste sentido, vale recordar as avaliações de competências aplicadas em algumas empresas, cuja meta, se alcançada, implica em uma premiação ao funcionário.
2) oposição entre a noção de competência e desempenho – o desempenho observado é o indicador de uma competência que acrescentada ao verbo “saber” é então nomeada.
3) competência considerada como uma faculdade genérica, uma potencialidade de qualquer mente humana a competência é a capacidade de continuamente improvisar e inventar algo novo, sem lançar mão de uma lista preestabelecida.
De fato, cada pessoa tem o seu tempo, histórico e contextos para o aprendizado, para apropriar-se do conhecimento. A experiência nos mostra que de nada vale o sujeito possuir conhecimentos e capacidades, mas não saber usá-los de modo adequado, no momento oportuno e dentro de um determinado contexto. Vale lembrar a estória de Sherazade e as mil e uma noites, a inteligência e beleza pouco adiantaria se a jovem não fosse perspicaz em saber aplicá-las. Será que a escola está preparada para apoiar nossas crianças neste desafio? No caso apoiar, pois há também o envolvimento familiar e o contexto sócio histórico envolvidos. Diante de tantas diversidades, de qual escola estamos tratando? E àqueles que sofrem as injustiças no cotidiano?
Há diversos métodos de educação que procuram ajudar os sujeitos a dominarem os mecanismos de pensamento, contudo, não é