Coment Rios Dos Contos
Machado de Assis: O enfermeiro
O conto, O enfermeiro é narrado em 1º pessoa pelo protagonista-narrador Procópio. Ele é convidado a cuidar de um velho enfermo, o coronel Felisberto, homem muito rude, o qual acaba sendo morto "acidentalmente" por Procópio. Essa obra literária começa com Procópio, já velho e à beira da morte, narrando a sua história sobre os meses infernais que o personagem ao lado do coronel, como se pode verificar no trecho que segue: FALA
"¹Parece-lhe que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. ²Não esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado. ³Olhe, eu podia mesmo contar-lhes minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada (...) Não tarde o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Pediu-me um documento humano, ei-lo aqui". SLIDE
Lygia Fagundes Telles: O menino
O conto, O Menino é narrado em 3° pessoa. Mãe e filho vão ao cinema. Lá, a mãe se encontra com um homem desconhecido e pega-lhe nas mãos, no escuro. Possivelmente amante da mãe. Depois da sessão, o homem se levanta e sai. Ao voltarem para casa, encontram o pai, lendo seu jornal. O menino encontra-se perplexo e angustiado desde a cena que viu sua mãe com seu suposto amante até chegarem em casa. Então olha tristemente para o pai, profundamente magoado pela traição que a mãe faz com o pobre velho. Ao dirigir-se para seu quarto, o menino abraça forte o pai, tentando segurar o choro. FALA
“- ¹Agora vamos que a sessão começa às oito - avisou ela, retocando apressadamente os lábios.”
“²Meteu-o inteiro na boca e tirou os caramelos do bolso para oferecê-los à mãe. Então viu: a mão pequena e branca, muito branca, deslizou pelo braço da poltrona e pousou devagarinho