Literatura
BROTTO, Ivete Janice de Oliveira1
J´ í lugar comum dizer que criancas e adultos nao le em, nao gostam de ler. Leitores todos somos, em maior ou menor grau: lemos gestos, figuras, imagens, out-dours, quadros, sımbolos de times, sinais gr´ficos que, entretanto, nao podem ser confundidos com a leitura escrita, a impressa, isto í , a leitura de sinais gr´ficos que expressam a representacao da fala. O que temse evidenciado no discurso de professores, na mıdia e no discurso de àrgaos oficiais í , entretanto, uma refere ncia nao a qualquer tipo de leitura, mas sim, ` leitura escrita, sobretudo, ` de leitura de livros.
LAJOLO (1993) faz um diagnàstico pessimista ao afirmar que "os alunos nao le em, nem nàs [os professores]; os alunos escrevem mal, e nàs tambí m. Mas, ao contr´rio de nàs, os/as alunos/as nao estao investidos de nada." (p. 16)
Essa afirmacao associada ao dito anterior remete a questionar de que estao investidos os professores que tratam da lıngua, da leitura, especialmente, da literatura? Ser´ que o aluno nao est´ investido de nada mesmo?
A escola muito mais do que o espaco em que se aprende a ler e a escrever sob determinadas normas, deve ser tambí m o locus privilegiado para provocar e estimular o incentivo ` leitura, para alí m da decifracao e do escrever "bem", como por exemplo, ler para compreender a historicidade dos feitos humanos. As obras de ficcao tambí m possuem essa condicao.
Machado (1999), diz que "as criancas brincam com bonecas, cavalinho de madeira ou pipa a fim de se familiarizar com as leis fısicas do universo e com os atos que realizarao um dia. Da mesma forma, ler ficcao significa jogar um jogo atraví s do qual damos sentido ` infinidade de coisas que aconteceram, estao acontecendo ou vao acontecer no mundo real." (p. 93)
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Graduada em Letras e Mestre em Educacao pela UFPR, docente do curso de
Pedagogia da Universidade