Literatura
O surgimento da Literatura Comparada coincide com o da própria literatura1, uma vez que seu objeto é o confronto de textos, obras, artes, (música, pintura, arquitetura, etc), elementos no interior de uma mesma literatura ou de literaturas de origem variada, dentro de uma mesma nação ou abrangendo nações diferentes, partindo-se do princípio de que o processo literário revela, no âmbito lingüístico, social, cultural, características da alteridade.
A literatura comparada torna-se disciplina apenas no século XIX, na Europa. No início, era instrumento para medir a influência de um país sobre o outro. Como ilustra Philarète Chasles.
Deixe-nos avaliar a influência de pensamento sobre pensamento, a maneira pela qual povos transformam-se mutuamente, o que cada um deles deu e o que cada um deles recebeu; deixe-nos avaliar também o efeito deste perpétuo intercâmbio entre nacionalidades individuais (...) 2
Felizmente, hoje não existe mais a noção de dívida entre autores e literaturas. Com pesquisas de estudiosos como René Wellek, na década de 1960, a ideia de influência e débito começa a desaparecer e a teoria rompe com fronteiras culturais e busca firmar, ao invés de um confronto entre obras e autores, referências que o texto literário cria a partir de um ponto de vista internacional.
Bakhtin, nessa linha de quebra do conceito carregado de juízos de valor, vem