Ciência da Administração
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2. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COMO OBJECTO DE ESTUDO 2.1. Gestão A gestão teve o seu grande pontapé de saída durante o século XX, mercê da acção de autores como Henri Fayol, Frederick Winslow Taylor e, de aquele que é considerado popularmente o pai da gestão, Peter Drucker. Existe ainda hoje em dia a interrogação: será a gestão uma “ciência” ou uma arte? A validar a primeira perspectiva existe o facto de muitos dos pressupostos e regras de gestão terem sido aplicados às empresas, com resultados positivos. Contudo, a segunda alternativa também não fica solteira, na medida em que a gestão corresponde a uma actividade exercida por inúmeras e variadas pessoas, cuja acção muitas vezes não se encaixa nas tais regras formuladas pela teoria de gestão. Gerir é aplicar recursos para alcançar um determinado fim e, neste sentido, podemos considerar a gestão uma acção instrumental. Uma definição que poderia ser facilmente aceite do termo gestão é a que se segue: Gerir é planear, organizar, dirigir e controlar os recursos físicos, humanos, financeiros e de informação de uma organização, para a prossecução dos seus objectivos da forma mais eficaz e eficiente possível. No entanto, será a gestão um processo racional de planeamento, organização, comando, coordenação e controlo? Mike Reed estudou a gestão ao longo deste século e chegou à conclusão de que existem três perspectivas diferentes sobre o processo de gestão: Perspectiva técnica Þ Nesta perspectiva a gestão é um instrumento racionalmente concebido para a realização de objectivos instrumentais.
Esta perspectiva faz uso da teoria sistémica, e a sua estratégia de acção é a valorização da eficácia organizacional. Perspectiva política Þ aqui, a gestão surge como um processo social de negociação, para regulação do conflito de grupos de interesse, num meio envolvente caracterizado por incertezas consideráveis acerca dos critérios de avaliação do desempenho organizacional.
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