Chaim Perelman

Chaim Perelman e a moderna retórica

Como é possível raciocinar sobre um juízo de valor, como a justiça? A procura por tal resposta, que incomoda os filósofos, há muito anos, levou à seguinte constatação. Que pode ter sido a grande contribuição do filósofo contemporâneo Chaim Perelman ao direito: para aplicar racionalidade a juízos de valor, é preciso usar uma lógica não formal, baseada no que é provável ou verossímil.
Concentrando seus estudos na área da argumentação, o filósofo permitiu que fosse resgatado o valor filosófico da retórica não trata só de persuadir; ao contrario, busca obter a adesão intelectual do ouvinte por meio do debate, ou seja, um método dialético, mas apoiado na argumentação refinada. Chaim Perelman é considerado o fundador da retórica moderna.
Seu primeiro trabalho foi um estudo sobre a justiça, datado de 1944. Nesse livro, concluiu que como todo julgamento envolve juízos de valor como o valor não tem relação direta com a lógica, logo, os fundamentos da justiça são arbitrários.
Mais tarde, Chaim Perelman percebeu que a mesma avaliação pode ser estendida para processos de tomada de decisão. Para ele, sem ética e sem lógica não pode haver justiça. Começa ai a sua dedicação ao tema retórica como base da lógica dos juízos de valor. Essas ideias seriam retomadas no livro que escreveu em parceria com a pesquisadora Lucie Obrechts – Tyteca, e que foi publicado em 1958, “Tratado da argumentação – a nova retórica”, esta é talvez a obra mais importante de Chain Perelman.
Chaim Perelman nasceu na Polônia, em 1912. Quando estava com treze anos, sua família emigrou para Antuérpia, na Bélgica. Estudou na Universidade Livre de Bruxelas, onde também defendeu duas teses de doutorado, uma em direito e outra em filosofia. Em 1938, assumiu cadeira de filosofia, tendo sido o mais jovem professor de toda a historia daquela universidade (permaneceria lecionando no mesmo lugar durante quarenta anos).
Em 1944, publicou seu primeiro estudo filosófico, “Da