a nova retorica de chaim perelman
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1.63 MB 13com a defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito. Em um artigo intitulado
Filosofias primeiras e filosofia regressiva
, que veio a público originalmente em 1949 (um dosprimeiros textos publicados por Perelman), encontramos uma defesa enfática de uma posturafilosófica aberta, tolerante, humilde, sensível às diferenças de perspectiva e capaz deautocrítica. As chamadas filosofias regressivas concebem a filosofia como umempreendimento argumentativo no qual ninguém detém a verdade absoluta e definitiva, umdiálogo infindável, imperfeito mais perfectível, no qual nada está fora de questão. Perelmanafirma não haver coisa julgada em filosofia e rejeita toda forma de fundamentação metafísicaúltima para o conhecimento ou a moral. Perelman se afasta assim da chamada filosofia primeira
, posto que seu pensamento filosófico baseia-se em pontos de partida consideradossuficientemente seguros para assentar a reflexão, e não em fundamentos evidentes. Como conclui Perelman: “um partidário da filosofia regressiva é obrigado a certa modéstia em suas afirmações: o futuro não lhe pertence, seu pensamento permanece aberto à experiência imprevisível”. 19
Essa base filosófica claramente condena qualquer fundamentação absolutistapara o poder político e convida a um grande e infindável diálogo.Essa ênfase no diálogo, na discussão aberta e inclusiva, será objeto de maiordesenvolvimento no
Tratado da Argumentação
, no momento em que Perelman distingue aargumentação da violência. A argumentação só pode ocorrer no campo onde há liberdade deadesão. Segundo Perelman & Olbrechts-Tyteca:
Pode-se, de fato, tentar obter um mesmo efeito seja pelo recurso à violênciaseja pelo discurso visando à adesão das mentes. É em função