caso natura
Linda Smircich estudou o grupo dos mais altos executivos de uma companhia americana de seguro. A empresa era uma divisão de uma organização muito maior que oferecia uma ampla gama de serviços de seguro para organizações agrícolas e o público em geral. Observações contínuas do dia-a-dia da administração geraram duas impressões chave e conflitantes:
• Por um lado, a empresa parecia enfatizar os valores corporativos e uma identidade baseada no mundo da agricultura mais do que na competição. As pessoas eram educadas e gentis e sempre pareciam preparadas para ajudar e dar assistência onde fosse necessário. Este ethos se refletia num dos lemas da companhia: "nós plantamos amigos". • Por outro lado, uma segunda dimensão da cultura organizacional sugeria que o ethos corporativo era, no mínimo, superficial. Reuniões e outros encontros públicos sempre pareciam dominados por conversas polidas mas desinteressadas. Os funcionários raramente se envolviam em qualquer debate real e pareciam ter muito pouco interesse no que estava sendo dito. Quase ninguém tomava notas e as reuniões eram tratadas como ocasiões rituais. Esta superficialidade era confirmada pelas diferenças observadas entre as faces pública e privada da organização. Publicamente o et/tos de harmonia e cooperação prevalecia. Entre elas, as pessoas sempre expressavam considerável raiva e insatisfação com vários funcionários e com a organização em geral.
Muitas organizações têm culturas fragmentadas deste tipo, onde as pessoas dizem uma coisa e fazem outra. Um dos aspectos interessantes do estudo de Linda Smircich foi que ela conseguiu identificar as circunstâncias exatas que tinham produzido a fragmentação dentro da companhia e mostrar por que ela continuava a operar daquele modo meio esquizofrênico.
Uma história fragmentada
Dez anos antes, quando a organização tinha apenas quatro anos, ela passou por um
período