Capitulo 6 – Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial. E. P. Thompson
Logo no inicio do capitulo, Thompson afirma que entre os anos 1300 e 1650 ocorreram mudanças muito importantes na percepção do tempo no âmbito da cultura intelectual da Europa Ocidental: “À medida que o século XVII avança, a imagem do mecanismo do relógio se expande, até que, com Newton, toma conta do universo. E pela metade do século XVIII (se confiarmos em Sterne) o relógio já alcançara níveis mais íntimos.” (THOMPSON, P. 268). Essas mudanças na percepção do tempo, juntamente com difusão do relógio, ajudaram a moldar pelo menos um pouco, os costumes da época, principalmente no que diz respeito à notação do tempo, que agora ajuda na orientação pelas tarefas. Com isso Thompson diz que é possível propor três questões sobre a orientação pelas tarefas: “Primeiro há a interpretação de que é mais humanamente compreensível do horário do trabalho marcado. O camponês ou trabalhador parece cuidar do que é uma necessidade. Segundo, na comunidade em que a orientação pelas tarefas é comum parece haver pouca separação separação entre “o trabalho” e a “vida”. As relações sociais e o trabalho são misturados. Terceiro, aos homens acostumados com o trabalho marcado pelo relógio, essa atitude com o trabalho parece perdulária e carente de urgência.” (THOMPSON, p. 272). O tempo a partir dessa época, passa a ser uma moeda. Na época da revolução industrial, grandes relógios públicos foram construídos, as igrejas, a partir do século XIV, também desfrutaram de possuírem imensos relógios, no final do século XVI, a maioria das paroquias inglesas possuíam relógios de igrejas. Contudo, a exatidão desses relógios poderiam ser questionadas. Mas após 1658, os relógios de pêndulo ajudaram a marcar melhor o tempo. A fabricação de relógios portáteis estavam concentradas nos grandes centros como Londres, Convery, Prescot e Liverpool. Porém, a fabricação de relógios não