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Resumo do texto: TEMPO E DISCIPLINA DE TRABALHO E CAPITALISMO INDUSTRIAL

Capitulo 6 – Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial. E. P. Thompson

Logo no início do capítulo, Thompson afirma que entre os anos 1300 e 1650 ocorreram mudanças muito importantes na percepção do tempo no âmbito da cultura intelectual da Europa Ocidental: “À medida que o século XVII avança, a imagem do mecanismo do relógio se expande, até que, com Newton, toma conta do universo. E pela metade do século XVIII (se confiarmos em Sterne) o relógio já alcançara níveis mais íntimos.
A medição do tempo está comummente ligada com processos familiares no ciclo do trabalho ou das tarefas domésticas. Evans Prischard analisou o senso de tempo dos nuer em que o relógio diário é o do gado, a rotina das tarefas pastoreais, e para um nuer as horas do dia e a passagem do tempo são basicamente a sucessão dessas tarefas e a sua relação mútua. Entre os nandi a ´, a definição ocupacional do tempo evoluiu abrangendo não apenas cada hora, mas cada meia hora do dia – às 5:30 da manhã os bois já foram para o pasto, às 6:00 as ovelhas foram soltas, às 6:30 0 sol nasceu, às 7:00 tornou de quente, ás 7:30 0s bodes já foram para o pasto etc. Em Madagáscar, o tempo podia ser medido pelo cozimento do arroz que representava meia hora, ou pelo fritar de um gafanhoto que representava um momento, e também pelo tempo que um milho durava para assar que era menos que quinze minutos.
Temos outros exemplos como o Chile no séc. XVII, o tempo era frequentemente medidos em credos: um terramoto foi descrito em 1647 como tendo durado o tempo de dois credos; o cozimento de um ovo podia ser estimado por uma reza de Ave- Maria rezada em voz alta. Na Birmânia em tempos recentes os monges levantavam ao amanhecer, quando há bastante luz para ver as veias na mão.
Pierre Bourdieu investigou mais detalhadamente as atitudes dos camponeses Cabilas (na Argélia) com relação ao tempo em anos recentes , uma atitude de