CADE
A FUNÇÃO JUDICANTE DO CADE
Trabalho de Pós-Graduação, apresentado ao Mestrado em Direito, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal-RN
Maio/1998
SUMÁRIO
01.- Introdução.
02.- Estrutura formal do CADE.
03.- Composição.
04.-Averiguações preliminares.
05.- Processo administrativo.
06.- Julgamento.
07.- Eficácia das decisões.
08.- Conclusões.
09.- Bibliografia.
A FUNÇÃO JUDICANTE DO CADE
01.- Introdução.
O mundo moderno, acompanhando os passos do desenvolvimento tecnológico, em que tempo e espaço são reduzidos, vem experimentando uma internacionalização da economia, que traz consigo diversas conseqüências, como a necessidade de as empresas buscarem o seu fortalecimento para não só ter capacidade de conquista de mercado em outros países, como também para conseguir enfrentar a concorrência de empresas estrangeiras.
No Brasil, em razão da opção, com status constitucional, por uma economia guiada pelo princípio da livre iniciativa, apresenta-se de especial importância a preservação da concorrência, evitando o abuso do poder econômico, tendo em mira alcançar a melhoria da qualidade dos bens de consumo e contenção dos preços dos produtos colocados à disposição dos consumidores.
Tendo em mente essa preocupação, o constituinte deixou plasmado, no § 4o do art. 173 da Lei Fundamental, que a lei cuidaria de reprimir o abuso de poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
Implementando essa vontade constitucional, deu-se nova roupagem ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, transformando-se-o em verdadeiro Tribunal Administrativo, atribuindo-se-lhe função judicante administrativa não apenas repressiva, mas também preventiva, às infrações contra a ordem econômica, orientando-se ele pelas cláusulas constitucionais da liberdade de iniciativa,