Bebe imaginario
Diversos autores têm enfatizado que a relação da mãe com o bebé existe desde antes da gravidez, nas fantasias da mulher relacionadas com a possibilidade de ter um filho. Deste modo, além do corpo da mulher se encarregar do crescimento físico do feto, acontece, no seu psiquismo, a formação da ideia de ser mãe e a construção de uma imagem mental do bebé, é como se ocorressem três gestações ao mesmo tempo: o desenvolvimento físico do feto no útero, uma atitude de mãe no psiquismo materno e a formação do bebé imaginado na sua mente. (Stern citado por Ferrari 2007).
Para Lebovici citado por Ferrari 2007, e assemelhando-se o dito pelo autor acima citado, haveria três bebés na mente materna. Um bebé edípico, resultante da própria história edípica infantil da mãe, o qual é considerado o mais inconsciente de todos e acompanhado dos desejos infantis dessa mulher. Esse seria o bebé da fantasia, o desejo de ter tido um filho com o seu pai que foi reprimido quando da dissolução do Complexo de Édipo. O outro bebé, segundo o autor, seria o bebé imaginário, construído durante a gestação, o bebé dos sonhos diurnos e das expectativas, o produto do desejo de maternidade. Por fim, o terceiro seria o bebé propriamente dito, aquele que a mulher segurará nos braços no dia do nascimento.
Porem para Horstein citado por Ferrari 2007, é fundamental que o processo de imaginar o bebé se inicie assim que a mulher confirma a sua gravidez. É isso que possibilitará que o feto mude de estatuto para o ser criança. Se isso ocorre, a criança, desde a sua concepção, estará inserida no mesmo mundo simbólico dos pais e fará parte dele. Stern citado pela mesma autora, acredita que o desenvolvimento do feto e a representação do bebé feita pela mãe, não ocorrem