Luto e melancolia

Para a psicanálise a constituição do sujeito se da através da falta pois é através dela que o sujeito pode desejar e assim constituir seu eu. Então ao decorrer do texto se entende que tanto o luto como a melancolia se definem como uma reação a perda de um ente querido, de uma situação, ou de um ideal. O luto (não melancolia) se identificaria como algo que sempre vamos esta entrando em contado pois somos constituidos através de faltas, então estamos em constante processos de luto, mais isso então seria da ordem do “normal”, estruturante. No luto o objeto é perdido e o sujeito que o perde vai conseguir manter um afastamento desse objeto perdido, sabendo que existe uma diferença entre ele e o outro, conseguindo assim elaborar, tirando sua catexia (investimento) do objeto perdido e assim mantendo catexias em outros objetos. Na melancolia não há elaboração do luto, pois o sujeito que perdeu o objeto não “enxerga” que o perdeu, não há o afastamento do objeto perdido, o sujeito se confunde com o objeto investido, não existe distinção do eu e do outro, é como se fossem a mesma pessoa, quando perde o outro é como se perdesse ele mesmo, então ele não sabe o que perdeu de si na perda do objeto que se foi. Na melancolia o sujeito reage a perda utilizando o recurso de identificar-se ao objeto perdido, para, assim, reconstituí-lo em seu eu, pois não esta ao nível do simbólico e sim do imaginário, sendo da ordem do insuportável. Então aqui o sujeito nos mostra um profundo rebaixamento do seu eu, pois só existia eu na presença daquele outro (completude). Assim não conseguindo obter novas catexias libidinais. Aqui pode ser analisado a implicação do sujeito nas instâncias eu ideal e ideal de eu, pois a lógica da elaboração do luto esta intrinsecamente ligado a como o sujeito se localiza, ou no campo do imaginário ou no campo do simbólico. O sujeito ao longo de sua constituição estabelece constantes relações amorosas (entendendo essas como relações de