luto e melancolia
Uma das características semelhantes entre luto e melancolia é que no luto há a perda de algo, e na melancolia também se perde alguma coisa, apesar de ser de ordem diferente, enquanto no luto houve a perda de um ente querido, na melancolia perde-se alguma coisa em algo ou em alguém, perde-se o ideal.
Apliquemos agora à melancolia o que aprendemos sobre o luto. Num conjunto de casos é evidente que a melancolia também pode constituir reação à perda de um objeto amado. Onde as causas excitantes se mostram diferentes, pode-se reconhecer que existe uma perda de natureza mais ideal. O objeto talvez não tenha realmente morrido, mas tenha sido perdido enquanto objeto de amor.. (Freud, 1915, p.06). O luto é portanto, um processo natural e praticado pelas muitas culturas com rituais inúmeros e isso facilita o trabalho de luto não sendo, então, uma patologia, como estamos meio maquinas, cronometrando tudo, somos impulsionados a agir e reagir como máquinas, muitas vezes nos descaracterizando como humanos. Espera-se que o luto tenha um fim, não um fim especifico, pois cada sujeito tem seu tempo próprio, a tentativa de suprimir essa fase de luto seria até prejudicial. Há algo na melancolia que não é encontrado no luto, o melancólico se auto envilece, se auto recrimina, no luto o eu se recolhe às suas lembranças e o mundo lhe parece pobre, na melancolia é o eu quem empobrece. Dependendo da estrutura do sujeito o luto poderá também desenvolver uma melancolia, cabe ao terapeuta observar essas diferenças no momento da entrevista com o paciente. O que foi perdido com o objeto de amor? Quais as características, no luto,