Uma reflexão sobre o narcisismo
Instituto de Psicologia
Uma reflexão sobre o Narcisismo
Componente: Desenvolvimento Emocional na Infância
Fernanda Torzeczki Trage
Porto Alegre, Julho/2013
A mulher ao descobrir a gravidez entra em uma fase muito importante e, a partir desse momento, sua vida muda completamente. Tudo gira em torno da gestação, desse novo ser. Ela sente o filho como uma parte dela. São tantos os preparativos, as dúvidas, as expectativas que se torna impossível não se deixar levar pelo emocional na maior parte do tempo e envolver toda a família em torno do nascimento do bebê. Desde o momento em que um casal começa a construir a sua vida, começa a projetar e fazer planos. No momento em que se tem a notícia de uma gravidez se tem a impressão de que todos os projetos serão realizados.
Podemos dizer que a missão de toda criança é garantir uma ilusão de seguimento, de continuidade narcísica. A imortalidade narcísica advém dos pais, esses recobrem os filhos de expectativas, acreditam que os mesmos poderão realizar todos os sonhos que os mesmos não concretizaram. Dessa forma o bebê tem a missão de reparar a história parental.
A mulher, ao engravidar, passa por uma série de mudanças psíquicas, físicas e hormonais. A gravidez caracteriza-se como um processo normal do desenvolvimento. Abarca a necessidade de uma reestruturação e reajustamento em várias esferas, verifica-se uma mudança de identidade e se faz necessário uma nova definição de papéis.
Segundo Freud (1914), o amor dos pais, tão tocante e no fundo tão infantil, não é nada senão o narcisismo que renasce. Para ele a atitude afetuosa dos pais para com os filhos é uma revivescência e reprodução do próprio narcisismo, que há muito abandonaram. Destaca ainda que os pais atribuem ao filho todas as perfeições possíveis e ocultam ou esquecem todas as suas deficiências, salientando que a doença, a morte, a renúncia ao prazer, e