Atuação da polícia nas manifestações revela despreparo
29/06/2013
Por Fernanda Faustino.
As manifestações que ocorreram nos últimos dias colocaram em debate central as ações da Polícia Militar antes, durante e depois dos protestos. A conclusão é que falta preparo aos policiais para a tomada de decisões em manifestações públicas.
Em debate promovido no dia 24 de junho, com o tema: “Manifestações de rua e segurança pública: limites e controvérsias”, no salão nobre da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, foram abordados vários pontos sobre o papel das forças de segurança pública, especificamente da polícia militar.
Desse debate participaram: Carolina de Mattos Ricardo, do Instituto Sou da Paz; Viviane Cubas, do Núcleo de Estudos da Violência, na USP; Fábio Bechara, da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo; Tânia Pinc, pós-doutoranda em Administração Pública e Governo da FGV-EAESP; Francisco Fonseca, autor do livro Liberalismo autoritário: discurso liberal e práxis autoritária na imprensa brasileira; com mediação do jornalista Luis Nassif.
Ação policial nas manifestações
Carolina disse que se trata de um tema complexo e polêmico e que é preciso fazer reflexões gerais para analisar como foi e como deveria ter sido feita a intervenção da polícia no caso das manifestações, e citou algumas premissas que devem ser levadas em conta para a atuação de forças de segurança em manifestações de massa. São elas: as manifestações demandam uma reposta pública; precisam ser recepcionadas; e o governo precisa se abrir para o diálogo. “A polícia não pode ser a resposta pública do governo às manifestações. Quando a polícia é a única representante, a chance de o problema se agravar é maior”, apontou. “Logo que houveram os primeiros indícios de manifestações, o governo deveria ter estabelecido um diálogo”, comenta.
Tomando como base a política democrática, ela enfatiza que é preciso pensar sobre o papel que deve desempenhar a polícia, de garantir a