As teorias pedagógicas e suas relações com a marginalidade em Dermeval Saviani
Mayara Lucas dos Santos - RA 160222
Teorias educacionais e sua relação com a marginalidade.
No presente texto apresentaremos as teorias educacionais e como elas se relacionam com a marginalidade presentes no capítulo “As teorias da educação e o problema da marginalidade” do livro “Escola e democracia” de autoria de Dermeval Saviani.
Em Escola e Democracia, Dermeval Saviani, com dados de 1970 referentes ao abandono escolar e em que condições os desertores saiam da escola, levanta o problema da marginalidade relativo a educação.
Para elucidar como as teorias educativas lidam com a questão da marginalidade, Saviani as separa em dois grupos, teorias não-críticas e teorias crítico-reprodutivista, "tomando como critério de criticidade a percepção dos condicionantes objetivos" (SAVIANI, 2009). Os dois grupos explicam a marginalidade a partir de uma certa forma de enxergar a sociedade.
Para as teorias do primeiro grupo a sociedade é essencialmente harmoniosa e tende à integração de seus integrantes. Assim, esse grupo enxerga a marginalidade como acidental, um desvio de proporções individuais e que pode e deve ser corrigida. A educação é vista então como um meio de superação da marginalidade, de correção desse acidente.
Já para as teorias do segundo grupo a sociedade é marcada pela divisão entre grupos e classes diferentes, por conseguinte, a marginalidade é natural desse contexto. Para esse grupo a educação é um reflexo da sociedade em que está inserida, desse modo, se essa é geradora de desigualdades, aquela só poderá reproduzi-las, legitimando assim a marginalização. Inversamente ao primeiro grupo de teorias, a educação é vista por esse grupo como um meio de marginalização, o seu modo de reproduzir a marginalização social é produzindo marginalização cultural.
O primeiro grupo foi denominado por Saviani de teorias não-críticas por considerar a educação desvinculada do entorno social e pretender compreende-la por si mesma.