Art Descartes
A origem do conhecimento em Descartes
Mariana Cruz
O filósofo francês René Descartes é considerado por muitos o autor inaugural da modernidade, uma vez que a filosofia anterior estava preocupada com questões acerca da natureza do mundo. O sujeito não tinha lugar central na filosofia; o homem usava o intelecto para conhecer as coisas, e não ele mesmo. Com Descartes houve uma mudança de foco: ele jogou a luz no sujeito; não busca mais entender o mundo exterior e, sim, se volta para seu interior, pois acredita que nele que está fundada a condição de conhecer o mundo. A modernidade pode, assim, ser entendida como uma série de sistemas que partem do sujeito para conhecer o mundo.
Para Descartes, a forma de alcançar o verdadeiro conhecimento é através da razão; se esta não for capaz de alcançá-lo, isso acontece porque é falha. Em vez de seguir os conhecimentos recebidos, basta seguir o bom senso, já que o homem é racional. Nisso vê-se que o racionalismo está apresentado como uma espécie de naturalismo. Descartes considerava a razão como algo natural; além de ser comum a todos os homens, ela é una.
Segundo o filósofo, as ciências exatas são o lugar onde a razão está mais bem expressa; por esse motivo, ele pegou emprestado o método matemático para aplicá-lo em seu sistema filosófico. Ele acreditava que o rigor da disciplina poderia conduzir o pensamento de forma mais exata.
Assim, Descartes passou a colocar em dúvida tudo que existe e não seja claro e distinto – dos objetos simples aos mais compostos, dos objetos mais imediatos até os mais universais.
Descartes entendia que a verdade seria encontrada se o sujeito se voltar para dentro de si e afastado de tudo, ou seja, sem nenhuma ideia preconcebida por mestres e sem levar em conta os costumes. Vê-se bem o que caracteriza o racionalismo: a absoluta falta de contato com o mundo externo; nada de fora influencia a razão.
Na Meditação Primeira, a solidão e a razão são os aliados de Descartes na sua busca pela