Apontamentos de Administração Pública - parte 1
Os precursores do estudo da Administração Pública destacaram-se no início do século XX. Vários autores defenderam a adoção de princípios da administração do setor privado na administração pública, destacando o da eficiência. Já nesse ponto, cabe um questionamento: a teoria que abarca a temática da Administração Pública se mostra suficiente para a consecução de seus objetivos? Para embasar a reflexão, faz-se mister expor os principais tópicos abordados nos capítulos 3 a 5 da obra “Teorias da Administração Pública”, do autor norte-americano Robert. B. Denhardt.
Um dos grandes assuntos norteadores do estudo da administração pública foi a dicotomia entre política e administração, na medida em que a política estava voltada para expressar a vontade do Estado, enquanto a administração se preocupava com a execução dessa vontade. Nesse sentido, alguns autores chegaram até a defender a administração como mais um dos poderes, além do legislativo, do judiciário e do executivo. O emprego de pessoal administrativo viria trazer imparcialidade na formulação de políticas, visto que o pessoal “não administrativo” estaria mais propenso ao favorecimento. Aqui, outra intervenção se faz necessária: não seria uma visão bastante ingênua afirmar que a administração está livre da possibilidade de favorecimento de certos grupos?
Outra observação quanto a aspecto supracitado diz respeito à separação da administração do processo político. Ambos buscam princípios científicos de gestão administrativa para se alcançar eficiência. Ora, na medida em que alguns princípios e problemas vivenciados são coincidentes, é possível defender que há, pelo menos, uma interseção no campo de atuação dos mesmos. Desenvolvimentos importantes advindos das ciências sociais levaram ao desejo de se formular uma ciência do comportamento humano. Nesse contexto, surge o modelo racional - abordagem de cunho positivista e lógico para compreender a administração,