Análise do filme Precisamos falar sobre Kevin
Em todo o momento da gravidez, Eva demonstra que não tem nenhum vínculo emocional com o bebê, sente-se entediada e confusa em relação a sua condição. Tamanha rejeição é mostrada no momento do parto, onde a personagem simplesmente se recusa a forçar a saída do filho. A reação de Eva com o nascimento de Kevin é de distanciamento e aparente nojo, enquanto o marido, que desejava o filho, se mostra claramente feliz.
Assim como desde o momento em que nasceu, Kevin cresce também rejeitando sua mãe e fazendo de tudo para provocá-la. Ódio ou simplesmente uma tentativa de chamar a atenção maternal? Uma questão que o filme levanta, mas não dá uma resposta clara.
Kevin desde sempre demonstra um comportamento dissimulado, fazendo jogos de poder com a mãe, principalmente após a mesma quebrar seu braço. O menino mente para o pai sobre como o incidente aconteceu, para que a mãe se sentisse culpada, e, em outra cena, acaricia sua cicatriz para conseguir o que queria de Eva. Sinais de manipulação ou novamente, uma forma de conseguir a atenção da mãe? Em todo o filme nos perguntamos o porque desses comportamentos.
Kevin demonstra sinais claros de psicopatia, mas teria ele já nascido assim e o meio em que foi criado seria apenas um agravante, ou teria Eva “fabricado” um psicopata através do modo em que criou seu filho? O que fez de Kevin um assassino? Uma doença congênita ou seu ambiente? Estas também são questões levantadas pela psicologia, abordadas no texto A genealogia e a história.
Uma psicologia tradicional simplesmente diagnoticaria Kevin como um psicopata e recomendaria a reclusão deste indivíduo por considerá-lo uma