antropologia e saúde
Durante o século XX o sistema brasileiro passou por várias mudanças: transitou do sanitarismo campanhista para o modelo médico-assistencial privatista,até chegar ao final dos anos 80 ao
Sistema Único de Saúde – SUS. Várias possibilidades de organização de um sistema de saúde têm permeado as políticas públicas no setor da saúde no Brasil. Entretanto,todas essas possibilidades foram voltadas muito mais para amparar as políticas de desenvolvimento econômico do país do que para estruturar a atenção à saúde como direito de cidadania.
No Brasil,alguns autores colocam que a chegada do século XX foi marcada por pessoas que se mostraram,por um lado,esperançosas e,por outro,bastante preocupadas com o futuro. Essa situação tinha uma razão de ser:a esperança resultava principalmente da situação econômica promissora que se apresentava para o Brasil,esperançosas em melhorar sua condição de vida,mas também ameaçadas de perder a saúde.
No início dos anos 1900,no Brasil tudo levava a crer que a agricultura teria um futuro muito próspero,pois ela já representava,naquela época,a maior fonte de renda da economia brasileira. Por essa razão,o movimento crescia dia a dia,principalmente nas cidades portuárias. Milhares de pessoas circulavam pelas cidades em busca de trabalho e de melhores condições de vida. E assim,essas cidades começaram a crescer,não só em ritmo acelerado como também de forma desorganizada. Habitações aglomeradas,sem condições mínimas de higiene,trabalhadores na lida diária desgastante e quase que interminável,em geral sem descanso,nem férias,com alimentação inadequada ou até mesmo insuficiente e,por fim,a ausência de saneamento básico – todos esses fatores juntos passaram a atuar como determinantes para o processo de adoecimento da população(SENAC,1999;SCILAR,2002). Esses determinantes levaram ao surgimento de muitos casos de doenças infecciosas e contagiosas de tipos