Antropologia da Saúde

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1. Introdução
O corpo humano pode ser visto, interpretado e representado de inúmeras maneiras; pela sua simbologia e suas práxis. Dentre todas as concepções que podem ser tomadas para definir o arquétipo corporal humano, é notóriamente presente neste a noção de bem-estar e saúde.
O estado perfeito, para o corpo, porém, não existe de forma unânime. São culturalmente aceitos certos modos e condições que, com efeito, apresentam condições de doença ou boas condições corpóreas. O conceito de “doente” ou “doença”, e os seus respectivos tratamentos e métodos para cura, são igualmente relativos à cultura ou ethos do povo em questão.
Tratar-se-á, neste relatório, das diferentes concepções e visões sobre o corpo e a sua respectiva noção de saúde, bem como as diferentes perspectivas que podemos auferir à interpretação cultural dos costumes de um grupo determinado.

2. Corpo biológico
A estrutura fisiológica e química que forma o organismo do corpo, não é tão somente compreendida por estas específicas ciências. O corpo, que nos difere dos outros animais, é constituído biologicamente, porém, é condicionado (ou recondicionado) visando atender à intenção do indivíduo que o porta. Não há maneiras de somente se ter um corpo; com efeito, produzimos com ele e a partir dele muito mais do que movimentos ou gestos, porque há significados passíveis de interpretação dentre estes, que constituirão expressões e representarão emoções. Obviamente, as impressões mais objetivas que envolvem o corpo humano, seja relacionado à saúde ou a falta dela, partem da premissa da constituição biológica do corpo, sendo assim a maneira mais primitiva de se interpretar a salubridade corpórea.
No homem, a hereditariedade não exerce absolutismo, os fatores hereditários se revestem de grande plasticidade e sua influência é cada vez menor à proporção que subimos dos atributos orgânicos para os atributos superiores.
O homem não só tem herança biológica como os animais, mas criou um conjunto de