ANTROPOLOGIA DA SAÚDE E DO CORPO
Por que as representações culturais sobre saúde e adoecimento interessam à Medicina? A cultura é determinante nas interpretações individuais ou coletivas a cerca do processo de saúde e adoecimento, influenciando o comportamento dos indivíduos. A medicina na defesa da saúde deve levar em conta os fatores culturais para obtenção do sucesso esperado em seus procedimentos, que devem ser em prol dos pacientes. Portanto, as representações culturais sobre saúde e adoecimento são imprescindíveis para o estabelecimento de uma relação de cumplicidade entre o serviço de saúde e o usuário. Essa relação é caracterizada pelo encontro de diferentes visões de mundo, e é influenciada pelas políticas de saúde e pelas concepções particulares a respeito da doença (tanto do profissional de saúde quanto do paciente). Cada pessoa influenciada por diferentes fatores culturais tem uma percepção exclusiva a respeito de saúde/doença. O médico, nesse contexto, então, deve estar atento à existência da medicina popular -benzedeiras, chás- e da medicina imitativa, a qual está relacionada à automedicação, para conseguir intervir com aceitação do paciente. A palavra doença é interpretada segundo dois pontos de vista diferentes: um ligado à percepção subjetiva da doença (identificação dos sintomas, categorização e alternativas de cura), que é determinado por fatores sociais, econômicos e culturais; o outro está relacionado à prática médica, através da tradução da interpretação subjetiva da doença, utilizando modelos teóricos e técnicos, que orientam o diagnóstico e o tratamento da doença. Assim, há disparidades de entendimento de um mesmo sintoma por culturas diferentes e diferentes meios de busca pela cura, não necessariamente opostos. Por exemplo, a acupuntura –cultura médica oriental- é utilizada no ocidente para tratar o estresse, não invalidando os tratamentos medicamentosos. Portanto, na relação médico-paciente há o encontro de modelos