O USO DOS DITONGOS (IE E UE) NO DISCURSO ORAL, EM LÍNGUA PORTUGUESA, DE PARAGUAIOS RESIDENTES NA CIDADE DE DOURADOS - MS.
7570 palavras
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O USO DOS DITONGOS (IE E UE) NO DISCURSO ORAL, EM LÍNGUA PORTUGUESA, DE PARAGUAIOS RESIDENTES NA CIDADE DE DOURADOS - MS.Eliana de Alcântara BRASIL (PG. UEMS)
Elza Sabino da Silva BUENO (Orientadora-UEMS)
Este artigo tem por objetivos principais identificar, analisar e explicar as interferências lingüísticas fonético-fonológicas que ocorrem na fala de paraguaios residentes na cidade de Dourados – MS mais precisamente perscrutar o uso dos ditongos (IE e UE), verificando as interferências da Língua Espanhola na Língua Portuguesa e observar como os informantes se relacionam com a comunidade local. Para a seleção dos informantes, foram levadas em conta variáveis como sexo, idade e escolaridade, foram entrevistados 40 informantes de ambos os sexos, distribuídos em duas faixas etárias e em dois níveis de escolaridade. A partir da gravação e da transcrição das entrevistas, analisamos qualitativa e quantitativamente os dados obtidos com a transcrição das falas desses informantes. Desta forma procuramos detectar, sobretudo, as marcas do espanhol no português falado por esses informantes e assim, percebemos as variantes lingüísticas presentes na fala desses informantes.
PALAVRAS-CHAVE: Lingüística de Contato: Sociolingüística; Interferência Lingüística.
INTRODUÇÃO
A cidade de Dourados localiza-se na parte meridional do Estado de Mato Grosso do Sul. Esse Estado foi criado em 1977 e, de acordo com Gressler e Swensson, o povoamento efetivo de suas terras ocorreu somente após a guerra do Paraguai (1864-1870):
Com o término das hostilidades, iniciou-se uma nova etapa no processo de povoamento do Estado resultante da fixação de enormes contingentes, ex-combatentes que por aqui ficaram, da reestruturação e formação de novas propriedades rurais, da migração do gaúcho e da ação desenvolvida pela Cia. Mate Laranjeira. (GRESSLER & SWENSON, 1978, p.23).
Terminada a guerra do Paraguai muitos dos ex-combatentes brasileiros e paraguaios - guaranis permaneceram