Analise do documentário Janelas da Alma
Em uma Análise focada na filosofia, que começa de forma paradoxal: se trata de relatos em forma de depoimentos de pessoas famosas ou não com diferentes problemas de visão.
De fato, em uma forma pessoal, assistindo aos relatos, (peço licença para relatar fatos da experiência pessoal.) me lembro da forma como fui criada em casa, até os meus catorze anos, era a “boneca de cristal”, não podia se quer me deslocar do sofá na sala de televisão até à cozinha, para tomar agua, isso aos olhos da minha avó, era o certo.
Já para as pessoas de fora, como psicólogos, fisioterapeutas, professores, era uma criança/adolescente normal, que teria que viver a vida normalmente, o que quero dizer basicamente com gancho no texto é, para se ter total dimensão das coisas que cercam a sociedade, é preciso estar de fora dos fatos. Pois, compreendemos melhor aquilo que não nos afeta.
Será então, que o que vemos, é a versão “real” da realidade? Ou que cada um pode criar sua própria realidade através de suas limitações. Criando um mundo diversificado sem fugir da dita “realidade”.
A ideia de depoimentos, trouxe ao documentário, a concepção de que podemos ter formas de “olhar” diferentes para mesma situação. A visão não se limita a capacidade daquilo que os olhos veem, ela sempre está acompanhada da interpretação que cada um tem de forma muito profunda. Pois, a visão se limita ao que sua mente quer enxergar, como se fosse uma lente, projetando a realidade. Será, pois, que vemos “de fato”, ou vemos aquilo que queremos ver? Como bem indicou José Saramago, somos criados dentro de nossa cultura a crer que enxergamos exatamente – nem mais, nem menos – aquilo que nossa vista permite.
Mas o que enxergamos realmente? Se Romeu tivesse olhos de Falcão, teria assim desistido de Julieta? A colocação do escritor é perfeita: nossa visão, ligada ao sentimento, pode ser incapaz de ver o óbvio Letícia Ferreira dos Santos