Análise Memórias
Amar o perdido
Deixa confundido
Este coração
Nada pode o olvido
Contra o sem sentido
Apelo do Não
As coisas tangíveis
Tornam-se insensíveis
À palma da mão
Mas as coisas findas
Muito mais que lindas,
Essas ficarão
Figuras de Linguagem:
- Elipse: Omissão de um termo facilmente identificado.
“Amar o perdido” > a pessoa perdida
-Hipérbato: troca da ordem direta dos termos da oração
“Nada pode o olvido”
-Prosopopeia: atribuir a seres inanimados, características de seres animados.
“Deixa confundido este coração”
Paradoxo: uma ideia incrível, contrária do que se espera.
“as coisas findas (terminadas)/muito mais que lindas/ essas ficarão”.
Análise:
O poema de Drummond, é composto de tercetos em quatro estrofes e foi publicado no livro “Antologia Poética” em 1962.
Carlos Drummond começa o poema com a estrofe “Amar o perdido/ deixa confundido/ este coração” que remete ao fato de amar o que perdemos. O coração do eu-lírico fica confuso por amar o que não se tem.
Partindo para a segunda estrofe, “Nada pode o olvido/ contra o sem sentido/ apelo do Não” o eu-lírico emite que é desnecessário esquecer uma perda, mesmo que ela seja sem sentido. O “apelo do Não” remete a perda, a ausência do amor perdido mencionado anteriormente,
Na terceira estrofe: “As coisas tangíveis/ tornam-se insensíveis/ à palma da mão” o eu-lírico faz, novamente, referencia a perda do amor. Expõe que as coisas que antes eram tocadas com as mão, já não são mais sentidas.
Na quarta e ultima estrofe: “Mas as coisas findas/ muito mais que lindas/ estas ficarão” o eu lírico finaliza dizendo que mais importante que as coisas lindas, são as coisas terminadas, pois estas ficarão e se tornarão memória.