Análise do livro memórias de um sobrevivente
Autobiografia e Romance Autobiográfico: Uma análise da criação literária em “Memórias de um sobrevivente” – Luiz Alberto Mendes
Autobiografia e Romance Autobiográfico: Uma análise da criação literária em
“Memórias de um sobrevivente” – Luiz Alberto Mendes
Dagiza Nazaré [1]
Edson de Paula
Luciana Oliveira
Ludemberg Dantas
Taize Mergulhão
Marielson Carvalho[2]
Resumo: Este artigo tem como propósito discutir e analisar a narrativa de “Memórias de um sobrevivente”, em que o autor Luiz Alberto Mendes se vale de elementos fictícios e factuais, embasados numa escrita memorialística para contar a sua trajetória no mundo do crime desde a sua infância nos anos 50 até a idade adulta, quando já influenciado pelos livros, inicia sua carreira de escritor. A discussão sobre a obra de Luiz Alberto Mendes no panorama literário enseja uma necessidade de se repensar a autobiografia e suas representações.
Palavras-chave: Luiz Alberto Mendes, gênero literário, fato, ficção, memória, testemunho.
1. Introdução
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma leitura da obra Memórias de um sobrevivente (MENDES, 2001), de Luiz Alberto Mendes, a partir do gênero autobiográfico levando em conta algumas considerações sobre a posição do sujeito na produção de narrativas autobiográficas.
Narrativas como Autobiografias, diários, testemunhos, memórias e todo universo que envolve a escrita confessional, por muito tempo foram consideradas menores, periféricas, distanciadas das “altas literaturas”, somente a partir do século XX, essas escritas saem das periferias para o centro dos estudos literários e ganham destaque nas livrarias e nas listas de livros de “ficção” e “não ficção”.
Em Memórias de um sobrevivente, a narrativa sobre experiências carcerárias adotada por LAM[3] que viveu e sobreviveu à traumática rotina da prisão contem dados da realidade vivenciada por ele, porém seu enredo é permeado por traços fictícios