MEMÓRIA, HISTÓRIA E VIOLÊNCIA: “MAUS” E O HOLOCAUSTO
MEMÓRIA,
HISTÓRIA
E
VIOLÊNCIA:
“MAUS”
E
O
HOLOCAUSTO
“Queria apagar aquelas lembranças da guerra... até que você me fez lembrar tudo de novo com suas perguntas...” (SPIEGELMAN, p. 258).
O objetivo desde texto é tecer uma breve análise sobre a história em quadrinhos Maus de Art Spiegelman, voltando-se principalmente para questão da memória e dos direitos humanos e refletir sobre a recriação da memória autobiográfica e do esquecimento de fatos traumáticos.
Maus de Art Spiegelman se divide em duas partes, a primeira, lançada nos EUA em 1986: “Maus: a história de um sobrevivente”; e a continuação lançada em 1991: “Maus: e foi aí que meus problemas finalmente começaram”.
Entre as honrarias recebidas por Maus estão o prêmio Pulitzer, uma bolsa
Guggenheim e indicações para o Prêmio do National Book Critics Circle. Tratase de um relato do holocausto feito a partir da visão do próprio pai do autor,
Vladek Spiegelman, judeu que sobreviveu ao holocausto. O livro discorre sobre a história de vida de Vladek, sua passagem por Auschwitz, mesclado a questões autobiográficas do próprio autor, como seu relacionamento com um pai já velho e cheio de paranóias decorrentes da guerra. É ao mesmo tempo uma obra biográfica e autobiográfica.
Apesar de não ter fins acadêmicos pode ser utilizada como fonte para narrativas e relatos de fatos históricos importantes, ou seja, encarada metodologicamente como história de vida. A história de vida é uma abordagem qualitativa, um relato da vida contado por quem a vivenciou. Ela ressalta um momento histórico vivido pelo sujeito. Nas palavras de Brioschi: “O método de
História de Vida ressalta o momento histórico vivido pelo sujeito. Assim esse método é necessariamente histórico (a temporalidade contida no relato individual remete ao tempo histórico), dinâmico (apreende as estruturas de relações sociais e os processos de mudança) e dialético (teoria e prática