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Giorgio Agamben, nascido em 1942, na cidade de Roma, considerado um dos principais intelectuais de sua geração, filósofo italiano, é graduado em direito. Atualmente é professor de estética na Facoltà Di Design e Arti della IUAV, em Veneza. Lecionou na Universidade de Verona e na New York University. Foi diretoda Collège International de Philosophie de Paris e aluno de Martin Heidegger. Dedica-se ao estudo das relações entre política, filosofia, literatura e poesia. Entre seus livros publicados no Brasil estão Homo Sacer (UFMG, 2002),Estado de exceção (2004) e Profanações (2007), ambos pela Boitempo.
No seu conceito, tentou narrar o inenarrável ou testemunhar sobre algo que está além da compreensão humana? O que resta de Auschwitz, de Giorgio Agamben, procura, a partir de uma análise profunda do papel do testemunho como documento histórico e de seus limites enquanto relato pessoal, entender as dimensões da produção escrita dos sobreviventes do Holocausto nazista. Não se trata, portanto, de um livro sobre as circunstâncias materiais relacionadas ao maior campo de concentração de Hitler. O que resta de Auschwitz investiga as dificuldades do testemunho quando este envolve a perda de referenciais básicos num espaço marcado pela total ausência de normas, onde o esforço pela identificação de algo parecido com uma lógica de funcionamento não só se mostrava vão, como também poderia significar a não-sobrevivência.
Em seu primeiro capítulo, intitulado, “A Testemunha”, Agamben lançará mão de uma distinção de dois tipos de homens presentes nos campos de concentração, o primeiro grupo, que é a exceção, são os sobreviventes, e há um segundo grupo, os mulçumanos, que são a regra. Uma das dificuldades encontradas para se conseguir um testemunho é quando alguns sobreviventes preferem ficar em silêncio e evitam se lembrar de tais fatos. Essa distinção tem haver com as condições físicas e psicológicas de cada um, os primeiros, por