Algumas considerações sobre doença mental e as oficinas terapêuticas.
Algumas considerações sobre doença mental e as oficinas terapêuticas.
O filme assistido em aula, “Dá pra fazer”, se passa nos anos 80, num período em que estava ocorrendo a Reforma Psiquiátrica na Itália. Esse movimento, que ainda existe e ocorre no Brasil, tem defendido o restabelecimento da cidadania da pessoa com transtornos mentais através da desconstrução do modelo asilar. No início do filme, o personagem que fica responsável pelos doentes, mesmo não estando muito informado sobre a Reforma Psiquiátrica, chama os pacientes de “Senhor” e “Senhora”, dando um exemplo de respeito à cidadania daquelas pessoas.
Antes da Reforma na Itália, muitas pessoas diagnosticadas como “doentes mentais” eram abandonados pelas suas famílias nos asilos e, com a Reforma, uma maneira de reintegrá-los à sociedade era criar grupos comunitários e organizar oficinas de trabalho de maneira que essas pequenas comunidades pudessem se autogerirem. Nesse contexto, as oficinas terapêuticas tiveram e ainda têm um papel tanto como elemento terapêutico quanto como promotoras da inserção social “por meio de ações que envolvem o trabalho, a criação de um produto, a geração de renda e a autonomia do sujeito”, segundo Costa e Figueiredo (2008, p. 7). Segundo as mesmas autoras, a convivência entre os pacientes durante as oficinas é muito importante, pois muitos transtornos mentais são marcados pela tendência ao isolamento e pela dificuldade em estabelecer vínculos afetivos e sociais. Além disso, o trabalho nas oficinas pode gerar renda.
As primeiras experiências de oficinas terapêuticas no Brasil foram realizadas nos anos 90 no Programa de Saúde Mental de Santos do CAPS Luiz Cerqueira da cidade de São Paulo e no CAPS e pelo Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, em Campinas. (Leal, 2008, p. 11).Guerra (2008, p. 38) ressalta que as oficinas terapêuticas, que antes da Reforma Psiquiátrica eram tomadas como recurso pedagógico e educativo clássico, para