Psicologia
Mara Lúcia Oliveira - Graduanda do Curso de Psicologia (2006/2011) - INESP/FUNEDI/UEMG
Alexandre Ribeiro Simões – Psicanalista. Doutor em Filosofia (UFMG). Professor-orientador do artigo, docente do Curso de Psicologia da FUNEDI/UEMG.
Não existe mais a barca, porém o hospital. [...] cada forma de loucura encontra nele um lugar marcado, [..] a loucura frenética e disparatada, [..] e também os “loucos bêbados”, os “loucos sem memória e entendimento”, os “loucos mansos e semimortos”, os “loucos avoados e sem cérebro ... Todo esse mundo de desordem, numa ordem perfeita, pronuncia, por sua vez, o Elogio da Razão. Nesse “Hospital”, o internamento é uma sequência do embarque[1].
Resumo: O presente artigo tem como característica se apresentar como um ensaio dialógico, na proposta de contribuir para a efetivação da Política Pública de Saúde Antimanicomial. A base do diálogo, no universo da Reforma Psiquiátrica no Brasil, são os princípios traçados amplamente na IVª Conferência Nacional de Saúde Mental e Intersetorial, no ano de 2010. Coloca-se aí, em evidência, à dimensão da cidadania como um direito inscrito na rede de atenção psicossocial. Momento em que temos a oportunidade, para problematizar uma atitude ético-política como um desafio para a clínica em saúde mental. Para uma visão ampla traremos conceitos do trabalho em rede dentro da nova ordem mundial globalizada, agora sob a ótica de um capitalismo informacional superando a era do capitalismo industrial. Abordaremos os marcos da reforma Psiquiátrica pensando a clínica, através do atendimento às pessoas com sofrimento mental, em unidades básicas de saúde na Atenção Primária, cruzando os preceitos aprovados na IVª Conferência Nacional de Saúde Mental e Intersetorial/2010. Com o objetivo de demonstrar que a efetivação da política de saúde mental passa pela atitude ético-político-cidadã levantar-se-á a