AGUA DE COCO
As danças de um lugar podem revelar muito sobre a cultura local e suas influências. Nas aulas de Educação Física, o conhecimento sobre elas e o contexto em que ocorrem é essencial para o trabalho com o tema não se tornar algo meramente mecânico. "Ao desenvolver o sentimento de pertencer a um grupo social, os alunos passam a ter respeito pela diversidade", diz Silvia Pavesi Sborquia, do Centro de Educação Física e Esportes da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Esse era um dos objetivos de Sueli Xavier, professora do 6º ano da EM Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, em Cuiabá.
A educadora percebeu que havia alguns problemas de relacionamento na escola motivados por discriminação racial e desenvolveu uma sequência didática que contempla a identidade cultural. "Muitas referências dos alunos têm origem africana ou indígena, e eu queria que eles entendessem isso", diz Sueli. Caso você não seja do Mato Grosso, pode eleger uma dança de sua região, como o frevo, em Pernambuco.
Para levantar o que a turma sabia sobre as danças típicas, em sala, ela mostrou imagens de diversas modalidades e pediu que todos escrevessem em um papel quais já haviam visto. "Uns diziam que os avós dançavam ou que conheciam algumas de festivais", conta. Com o auxílio dos estudantes, ela tabulou as respostas e registrou no quadro. O siriri apareceu como a mais citada e, por isso, foi escolhida para ser estudada.
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Na aula seguinte, os adolescentes levaram à escola músicas que ouviam em casa, entre elas, o siriri, o rasqueado e o chorado - todos ritmos de Cuiabá. Em quadra, eles dançaram livremente enquanto Sueli observava os movimentos que conheciam. Após a atividade, a professora mostrou à turma o livro Remedeia co Que Tem (Milton Pereira de Pinho, 192 págs., Carlini e Caniato Editorial, tel. 65/3023-5714, 45