Etnografia

Etnografia: um itinerário possível da pré-modernidade à pósmodernidade Paulo Raposo Few anthropologists nowadays can ignore ethnography's loss of authority after the acts of authorship by which it has been constructed have been so astutely demystified. Richard G. Fox (1991) Observation is never neutral; the gaze is directed from a particular point of view. Kirsten Hastrup (1995:4) A Antropologia e a Sociologia constroem-se ambas como disciplinas académicas no século XIX como resposta e como produtos de uma emergente modernidade ocidental. A Sociologia gradualmente tomou essa modernidade como o seu específico objecto de conhecimento, enquanto que a Antropologia se especializou na pré-modernidade – aquilo que o antropólogo Michel-Rolph Trouillot (1991) denomina: "the savage slot". Podemos pensar que a Antropologia assumiu a missão de servir como uma espécie de “batedor” para toda a ciência social, seguindo de perto os passos anteriores dos missionários e o seu diligente contributo para o imperialismo colonial. A emergente antropologia pretende documentar a vida e os costumes desse “Outro primitivo” – "the alter ego the West constructed for itself" (Trouillot 1991:28) –, no preciso instante em que o projecto expansionista ocidental o condenava à extinção. Simultaneamente as transformações globais que configuraram a emergência do capitalismo moderno – racionalização, secularização, industrialização, burocratização, comercialização, individualismo e, claro,…

Florianópolis 2012 SUMÁRIO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1 SOBRE O PPCC Antes de tudo, vemos como importante esclarecer as razões pelas quais optamos por escrever nosso trabalho final de PPCC em primeira pessoa. Primeiramente, como coloca Geertz em seu livro “Obras e Vidas – O antropólogo como autor”, continua sendo muito importante para a antropologia “saber quem está falando”, numa alusão à presença forte da “função-autor” apresentada por Foucault. E quem está falando, neste…

inventiva que outros. Os grandes representantes desta vertente da antropologia foram W. Rivers, W. J. Perry, Elliot Smith e o australiano Fritz Graebner (só há um livro sobre difucionismo de um autor chamado Pia Laviosa Zambotti). 3 Antropologia cultural - Navegando pelo difusionismo, outro grupo de antropólogos propõe uma nova revisão. Não é a toa que alguns chamam o culturalismo de “difusionismo cultural”. Nesta corrente teórica o conceito de raça é questionado, para estes…

© APONTAMENTOS DE ANTROPOLOGIA SOCIOCULTURAL 2011-2012 – Prof. Dr. Xerardo Pereiro – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) – antropólogo – Correio electrónico: xperez@utad.pt Web: www.utad.pt/~xperez/ TEMA 4: BREVE HISTÓRIA DAS TEORIAS ANTROPOLÓGICAS Objectivos: -Conhecer o desenvolvimento histórico das teorias antropológicas fundamentais para poder contextualizar melhor a compreensão do conceito antropológico de cultura. -Enquadrar os principais paradigmas e…

Física na UNICAMP, procura, através da antropologia social, analisar o termo ‘cultura’ na ação pedagógica da Educação Física e a importância do seu papel na vida do ser humano. Como atuar no corpo requer atuar sobre a sociedade na qual esse corpo está inserido, para Daolio, a Edudação Física, com essa função singular, deve considerar o homem como sujeito da vida social.Para tal, ele recorre às concepções de Marcel Mauss e de Clifford Geertz, antropólogos de referência. OBJETIVOS:…

CLIFFORD, James – A Experiência Etnográfica – Antropologia e literatura no séc. XX - Capítulo 1 – Sobre a Autoridade Etnográfica J. Clifford caracteriza os métodos etnográficos dos clássicos, criticando-os e buscando uma composição sua. Ele inicia seu trabalho falando de B. Malinovski, da influência que o pesquisador tem no comportamento do objeto pesquisado. O Orientalismo de E. Said, segundo JC levanta dúvidas radicais sobre os procedimentos pelos quais grupos humanos estrangeiros…

Discussão Os antropólogos evolucionistas são representantes da antropologia de gabinete, que é o estudo baseado em relatos sem evidência científica, construído através da coleta de informações feita por missionários, comerciantes, viajantes ou observadores superficiais, e não mediante um levantamento etnográfico empírico junto a cultura e linguagem das sociedades investigadas. Embebidos pelo espírito progressista do século XIX e influenciados pelos estudos das ciências biológicas -…

CLIFFORD, James – A Experiência Etnográfica – Antropologia e literatura no séc. XX - Capítulo 1 – Sobre a Autoridade Etnográfica J. Clifford caracteriza os métodos etnográficos dos clássicos, criticando-os e buscando uma composição sua. Ele inicia seu trabalho falando de B. Malinovski, da influência que o pesquisador tem no comportamento do objeto pesquisado. O Orientalismo de E. Said, segundo JC levanta dúvidas radicais sobre os procedimentos pelos quais grupos humanos estrangeiros…

Educação Física e Cultura (Gepefic) Email: jocimar@fef.unicamp.br RESUMO Este texto origina-se do artigo de Diego Luz Moura e Hugo R. Lovisolo, intitulado “Antropologia, cultura e educação física escolar”, publicado neste periódico no volume 29, número 3, maio de 2008, que teve por objetivo a análise de parte de minha produção acadêmica. Mais e além de uma resposta aos autores, procuro fazer uma revisão de alguns temas específicos oriundos da antropologia e sua relação com a…

EDUCAÇÃO Cléberson César Dias da Rocha Professor convidado do Departamento de História/PARFOR da UNEB-JUAZEIRO-BA Professor Associado do Departamento de Ciências Humanas do Instituto de Ensino Superior IES/JUAZEIRO-BA HISTORIADOR/ANTROPÓLOGO-PESQUISADOR. DOUTORANDO EM PSICOLOGIA SOCIAL Petrolina, PE, setembro de 2013. Cléberson César Dias da Rocha Professor convidado do Departamento de História/PARFOR da UNEB-JUAZEIRO-BA Professor Associado do Departamento de…