“IDEOLOGIAS PRESENTES NOS PERSONAGENS DE LOBATO”
INTRODUÇÃO:
Não é possível contestar o caráter formativo-educativo presente na obra infantil do autor Monteiro Lobato. Os conceitos presentes em sua obra, fazem da mesma, rica portadora de imagens que resistiram ao tempo e influem ainda hoje, marcantemente, na formação dos brasileiros.
Lobato se incomodava, principalmente, com os rumos em que a pedagogia era levada em sua época. Quem falava sobre, para e pela infância eram os adultos. O conceito de infância era moldado de acordo com visões de mundo peculiares a cada época e a cada povo. Phielippe Airès afirma que“Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo.” (ARIÈS, 1981, p.50)
Para o criador do Sítio, a criança é limpa de impressões, e, sendo tremendamente receptiva, ao mesmo tempo que é exposta a estímulos não adequados de suas capacidades, corre o risco de cruelmente pôr a perder suas particularidades e suas perspectivas ainda não totalmente formadas, ambas engolidas para dar vazão a visão adulta das mesmas, impondo seus “venenos científicos” gargantas à baixo. Como consequência, a criança é excluída da liberdade de explorar seus pensamentos, ações, críticas ou sua própria imaginação; suas mentes são “envenenadas” e escravizadas.
Donato afirma que uma vez que Lobato cria que “os adultos não tinham mais conserto, cumpria salvar os menores.” (DONATO, 1982, p.119), ele partiu do preceito de que as crianças precisavam ser semeadas de boas ideias, carregadas de ética, moral e, também, de uma certa postura politicamente correta, que beneficiasse não seus crescimentos individuais, mas sim, tendo em mente, um crescimento que