jeca tatu e a historia
História do Brasil III - Jéca Tatu no contexto do Brasil
O conto escrito por Monteiro Lobato, “Jéca Tatu, A Ressurreição”, foi publicado em
1918, no período chamado de República Velha, ou como é conhecida pelo senso comum, Republica do “Café com leite”. Esse será o ponto inicial da contextualização do conto. Havia também a questão da eugenia, que o Monteiro Lobato apoiava “Na literatura, a eugenia também teria seu mais aguerrido defensor, o polemico Monteiro
Lobato” (DIWAN, 2007, 105). Falaremos disso na parte sobre antropologia, onde esse será o tema central.
Naquela época ocorria a politica dos governadores, nela havia uma distorção do federalismo. Aqui haviam quatro qualificações de estado, sendo São Paulo e Minas
Gerais os estados de primeira classe, e que portanto poderiam eleger presidentes, enquanto os demais poderiam ser apenas de segunda até quarta classe. O motivo para que os estados São Paulo e Minas Gerais tivessem tais privilégios era em virtude do poder que cada um destes tinham naquela época. “Se Minas tinha o maior contingente eleitoral, São Paulo tinha o maior poder econômico” (IGLÉSIAS, 1994, 208).
Voltando ao Jéca Tatu, começaremos abordando o personagem em si. Jeca Tatu era um caboclo, cuja a vida era simples, sem luxo e nem conforto. “Dava pena ver a miséria do casebre. Nem móveis, nem roupas, nem nada que signifique comodidade”
(MONTEIRO LOBATO, 1918, 1). Além disso, Jeca era retratado como vagabundo, ou um pária. “Além de preguiçoso, bêbado; e além de bêbado, idiota, era o que todos diziam” (MONTEIRO LOBATO, 1918, 2). Isso nos remete a visão da elite para com a população pobre. A elite, principalmente aqueles que apoiavam a eugenia no Brasil, via a população cabocla (além da negra) como inútil, ou um parasita. E esse foi um dos fatores das imigrações no Brasil.
E visão era muito mais preocupante do que se pode imaginar, pois não era apenas a habilidade profissional que se avaliava, mas sim a pele. Os negros haviam sido libertos há mais de