Em nossa vida cotidiana, afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas, situaes. Fazemos perguntas Que horas so Que dia hoje Dizemos frases como Ele esta sonhando ou ela ficou maluca Fazemos afirmaes Onde h fumaa h fogo ou quem entra na chuva para se molhar. Avaliamos as coisas Esta casa bonita ou Maria esta mais bonita Quando perguntamos, quando dizemos, quando afirmamos e avaliamos as coisas no nosso cotidiano ns seguimos regras e normas de conduta, valores morais, religiosos, polticos e artsticos. Porque acreditamos que somos seres sociais, morais e racionais. Regras, normas, valores, finalidades s podem ser estabelecidos por seres conscientes e dotados de raciocnio. Assim, notamos que nossa vida cotidiana toda feita de crenas silenciosas, da aceitao tcita de evidncias que nunca questionamos, porque nos parecem naturais, bvias. CREMOS. A Atitude Filosfica Imaginemos agora, se algum tomasse uma deciso muito estranha e comeasse a fazer perguntas inesperadas, diferentes. Em vez de perguntar que horas so Perguntasse o que o tempo Em vez dizer est sonhando ou ficou maluca, quisesse saber o que o sonho A loucura, a razo Se em vez de afirmar esta casa bonita, comeasse a perguntar o que mais, o que o belo Se em lugar de falar da subjetividade dos namorados, perguntasse o que o amor, o que o desejo, o que so os sentimentos. Algum que tomasse essa deciso, estaria tomando distncia da vida cotidiana e de si mesmo, passando a indagar o que so as crenas e os sentimentos que alimentam nossa existncia, silenciosamente. Ao tomar esta distncia, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer porque cremos no cremos, porque sentimos o que sentimos e o que so nossas crenas e nossos sentimentos. Este algum estaria comeando a adotar o que chamamos de Atitude Filosfica. Assim, uma primeira resposta pergunta o que filosofia poderia ser A deciso de no aceitar como bvias e evidentes as coisas, as idias, os fatos, os valores, os