O sujeito e o objeto
Em nossa participação no grupo de estudos Entraste: subjetividade, arte e clínica — onde neste período nos dedicamos ao Seminário 10 (A angústia) de Jaques Lacan —, sempre temos a oportunidade de nos debruçarmos sobre os estudos propostos articulando com as elaborações a que temos nos dedicado privativamente. Por hora, minha elaboração se detém nos conceitos de sujeito proposto pela psicanálise, como parte de um estudo que tenta compreender mais aprofundadamente como se dá subjetivação pelo viés inconsciente. Assim, o que aqui se apresenta é uma tentativa de articulação entre sujeito e objeto a, trazendo algumas particularidades que saltaram aos olhos com o andamento dos encontros e que certamente foram motivo de elucubrações específicas.
Para entender o que seja objeto, é elemento decisivo a compreensão da concepção de sujeito. E para essa compreensão buscamos suporte na letra lacaniana, onde nos mostra que se trata de um sujeito subvertido, o qual nada mais é do aquele que se sujeita à lei do significante, do desejo, o que implica desejar sempre. Em “Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano”, Lacan, apoiando-se na teoria saussuriana do signo linguístico, enunciou sua concepção da relação do sujeito com o significante: “Um significante é aquilo que representa o sujeito para outro significante” (LACAN, 1998. p. 833). E podemos situar a gênese desse sujeito na passagem pelo complexo de Édipo, o qual ele considera por tempos definidos.
Lacan propõe que a formação do sujeito passa pela estruturação do Inconsciente em três tempos: no primeiro tempo, o filho sendo o objeto de desejo da mãe tem que se haver com a castração, pois a criança inicialmente sendo objeto do desejo da mãe, vai se formando sujeito à medida que a mãe diz o que ela é, sendo assim, a mãe é o primeiro Outro significante que a constitui. No segundo tempo, o filho percebe que a mãe deseja algo que não é ele, iniciando a relação de