a relaçao sujeito e objeto
E NA INTERPRETAÇÃO DO MUNDO
Francisco Carlos Carvalho de Melo1
I. INTRODUÇÃO: A construção do conhecimento científico moderno se deu através da proposição de idéias e/ou teorias que não apenas objetivavam explicar fenômenos particulares, como também pretendiam um caráter universal e estabelecendo interfaces com todas as áreas do conhecimento. Neste sentido, a teoria newtoniana é um exemplo emblemático uma vez que acabou por caracterizar a ciência clássica a partir da extrapolação de seus conceitos e servindo de referencial teórico-metodológico para a construção científica. Determinismo, neutralidade, objetividade, se tornaram-se as marcas profundas da ciência clássica, também conhecida por ordem mecânica. Esta ordem mecânica provocou uma verdadeira cisão paradigmática entre sujeito e objeto, na qual o observador não interage com o seu objeto de estudo e a realidade torna-se (ou pretende torna-se) objetiva e os fenômenos interpretado tal e qual eles são. Com o avanço das ciências de um modo geral e da física em particular, através do surgimento da 2º lei da termodinâmica, a teoria quântica, a teoria da relatividade, bem como as idéias de sistemas e de complexidade, que puseram em xeque alguns dos principais postulados da ciência clássica.
A velha ordem mecânica é questionada, mas não substituída, muito embora que a observação e interpretação do mundo passou a ser encarada de uma outra forma, chegando mesmo a admitir que no processo de produção do conhecimento científico há interação entre o sujeito e o objeto.
Este texto se propõe tão somente a revisar algumas dos elementos que caracterizam a relação relação sujeito-objeto, sem pretender levantar qualquer elemento novo sobre esta tão instigante área do conhecimento. Em verdade será destacado um único questionamento básico: é possível a objetividade e neutralidade na interpretação e na percepção do mundo?
2. AS PERTURBAÇÕES POSSÍVEIS DO CONHECIMENTO