caractristicas da ciencia moderna e a relaçao sujeito objeto
João Sousa Andrade
Faculdade de Economia
Universidade de Coimbra
(www2.fe.uc.pt/~jasa)
1997
L'emploi de «vrai ou faux» a ceci de fallacieux que tout se passe comme si on disait «cela s'accorde avec les faits ou non» alors que ce qui est en question précisément, c'est cet «accord».
Ludwig Wittgenstein, De la Certitude.
O trabalho que aqui se apresenta nasceu da seguinte interrogação: não terá um professor de economia a obrigação de ter consciência dos princípios metodológicos que fundamentam os assuntos que lecciona ? Sobretudo se lecciona disciplinas mais abrangentes ou genéricas, com seja a disciplina de introdução à economia.
Não se trata de pretender ter acesso iluminado à metodologia correcta, e sublinho correcta, de investigação em economia. Trata-se apenas de uma forma de consciência do valor dos conhecimentos que se possuem e se transmitem. Mas trata-se também, e em geral, de conhecer os princípios que os economistas podem, ou devem, aplicar na sua investigação.
A forma como hoje aprendemos a economia, através de manuais, e não através de obras de autor, de "princípios de economia" de autor, como aconteceu no passado com John Stuart Mill e depois com Alfred Marshall, no mundo anglo-saxónico, é em parte responsável por um certo menosprezo no que respeita ao objecto e ao método em economia. Foram assim demasiados os conceitos que ganharam uma quase universalidade. Algumas críticas que foram feitas ao predomínio do princípio do individualismo metodológico, tal como o economista o toma, chamaram a atenção para a indivisibilidade dos fenómenos sociais e para a limitação ao suposto comportamento optimizante dos agentes económicos. Estas críticas podem ter consequências inesperadas para os seus autores. A primeira pode levar a negar a existência de um "objecto" para a economia, mas impondo às ciências sociais o "método" mais conhecido e praticado com sucesso nestas, ou seja, o