Sujeito pesquisador e sujeito objeto
I Fórum Internacional de Iniciação Científica da UNESP
Sujeito-pesquisador e sujeito-objeto: vozes em diálogo
Gustavo Henrique Rodrigues de Castro – Orientação: Prof. Dra. Luciane de Paula
FCL-UNESP-ASSIS
Introdução
Resultados e Discussão
Os gêneros discursivos, à luz da teoria bakhtiniana, têm despertado grande interesse às pesquisas nas ciências humanas. Por ser o homem produtor de discurso, é possível, por meio deles, entrar em contato com a realidade ideológico-social do indivíduo enquanto sujeito situado, refletido e refratado; logo, o gênero, constituído por fios de outros discursos, reverbera vozes de sujeitos sociais inseridos em esferas de atividades distintas (religiosa, literária, etc.).
Para Bakhtin, distinguidos em primários (gêneros mais simples, ligados à ideologia cotidiana) e secundários (gêneros ligados à ideologia formalizada, como a literária), os gêneros podem englobar à sua constituição gêneros simples e de outras esferas de atividades, tornando-se arquitetura da realidade social e do sujeito, refletindo-os e refratando-os. Além de modalidade composicional (conteúdo, forma e estilo), os gêneros são elementos culturais. Tendo-os como objeto de pesquisa, cabe então, junto a Amorim (2002), pensa-los como sujeitos situados em seu lugar único no tempo e no espaço, sujeitos produtores de seus próprios discursos, sempre em alteridade.
Diferentemente das ciências exatas, a pesquisa dentro das humanidades lida com o pensamento humano, com o material ideológico produzido dialogicamente por sujeitos que se constroem a partir de seus enunciados.
Para Bakhtin, um enunciado - a língua em uso - é sempre direcionado e aguarda uma resposta a partir da qual outro enunciado irá se edificar.
O texto, mais que conhecimento transcrito, é lugar de produção e circulação de dados e de vozes sociais, de maneira face a face com seu sujeito-objeto, que não só fala por si e de si, mas